Em meados de setembro iniciei um estágio em uma
casa de repouso em Assis. Essa experiência está me ajudando a descobrir cada
vez mais o rosto de Jesus pobre nos idosos e nos doentes.
Diariamente, ao iniciar meu turno, sinto que o
Senhor me pede para ser, antes de tudo, uma presença de amor sem julgamento ou
exclusões, alguém que sabe ser imparcial, que é capaz de acolher cada pessoa, e
de ir além das aparências. Essa
experiência me permite tocar concretamente a fragilidade dessas pessoas
necessitadas de tudo: de serem lavadas, vestidas e alimentadas, mas mais especialmente, de serem amadas e
inclusive, certas vezes, de serem abraçadas. Costumo perceber tanta solidão em
seus olhares, tanto abandono e a profunda tristeza ao ver que a vida está
chegando ao fim!
Por isso mesmo sinto que Deus esteja me pedindo
para tratar cada um de modo particular, para estar atenta e ser sensível às
suas dificuldades físicas e psicológicas.
Muitas delas têm problemas para se mover mas, acima de tudo, têm
dificuldade em compreender as dimensões de tempo e espaço. Isso quer dizer que é somente com apenas
algumas delas que consigo trocar algumas palavras, mas procuro seguir os
conselhos de Madre Francisca que nos recomenda usarmos de bondade em todos os
casos, algo que tem funcionado bem, na maioria das vezes. Constato ser verdade que a linguagem do amor
é a mais compreensível de todas, e a única capaz de superar qualquer barreira.
Certas vezes, preciso exercitar a paciência
inclusive com certos funcionários da residência, principalmente pela sua
maneira rude de tratar os idosos, o que me incentiva a dar um bom exemplo, e a
procurar ser uma presença de cura para todos e cada um.
Sinto-me imensamente grata a Deus e à Congregação
por me terem dado a possibilidade de viver esta bela experiência em que aprendo
tantas coisas com “meus professores”, que são precisamente essas pessoas que
tenho todos os dias sob meus cuidados.